O conceito de liderança pode ser equivocado para muitas pessoas, e para ser um grande líder é preciso muito mais do que apenas mandar e obrigar sua equipe a fazer as coisas do seu jeito.
Assim, quando você entende isso e consegue usar sua liderança para motivar, é natural que a produtividade e o lucro da sua empresa irão aumentar.
Você é capaz de inspirar e criar uma equipe apaixonada pela sua empresa? Por acaso os seus colaboradores vestem a camisa para alcançar resultados cada vez melhores?
Essa motivação não é à toa e nem acontece por acaso. Para chegar lá é preciso trabalhar as suas habilidades como líder para desenvolver o gerenciamento de pessoas e emoções.
Se preferir palavras bonitas, use o ditado: “Plante inspiração na sua empresa e você colherá colaboradores maduros.“
Essa frase mostra exatamente que exercer uma liderança inspiradora é a chave para ter uma equipe autônoma, de alta produtividade e engajada.
Afinal de contas, se você ainda precisa ficar em cima cobrando e verificando se as atividades foram feitas, tem algo muito errado. Ou você não é líder, ou sua liderança está equivocada.
Nesse artigo, vamos te dar o guia prático da liderança inspiradora. Então vem com a gente!
O ser humano é previsível?
Pessoas deveriam vir com um manual de instruções! Pense como seria que maravilho.
Quando fosse casar com alguém, no noivado mesmo, você receberia o manual do seu futuro cônjuge.
Você poderia testar se o manual funcionava mesmo e aprenderia a consertar as peças com defeitos. E pronto! Aí vocês estariam prontos pra casar e serem felizes para sempre. Como um filme da Disney.
Mas infelizmente não é assim, né?!
Ou será que é?
A psicologia cognitiva mostra que o comportamento humano obedece certos “padrões”, e existem muitos estudiosos que vão a fundo para descobrir o comportamento humano. E isso pode te deixar de boca aberta.
Mesmo que você acredite que cada pessoa vai reagir diferença em determinadas situações, existe um padrão e você consegue explorar isso para exercer a sua liderança.
Por isso, vamos reunir aqui algumas diretrizes para facilitar o seu trabalho.
A complexidade humana: como lidar!
Provavelmente, você já teve vontade de esganar colaboradores. E perdeu o sono de raiva. Já foi xingado. Já perdeu pessoas que simplesmente viraram as costas e foram embora, e você nem entendeu o motivo.
Será que você precisa tentar mudar cada um deles ou talvez se mudar a si próprio as coisas podem melhorar?
A complexidade humana é muito difícil de entender e lidar, afinal cada pessoa tem, sim, suas peculiaridades, mas se você conseguir identificar certos padrões e aplicar no seu dia a dia, será muito mais fácil liderar e inspirar sua equipe.
Mas pra isso, você precisa levar a gestão de pessoas muito a sério – da mesma foram que você encara a gestão financeira, por exemplo. Não adianta nada você correr atrás do lucro, se a sua equipe está sentada de braços cruzados.
Tudo precisa caminhar junto. E pra isso, você pode usar alguns princípios como um manual.
Não queremos que você manipule ninguém, muito pelo contrário. Com esse manual, você apenas vai exercer algumas boas práticas e apresentar esse plano para a equipe. Se algum dia você mesmo errar com esses princípios, dé abertura para receber feedbacks.
Esses são princípios de liderança coletados em muitas estudos e agora você vai ter acesso.
O Guia Prático da Liderança que Inspira – para formar equipes de alto desempenho)
1. Se importe de verdade com cada colaborador. Essa é a regra número 1 do líder. Quebre esta regra e todo o resto estará quebrado.
2. Elogie com o coração. Equipes de alto desempenho recebem feedback positivos x de melhoria numa proporção de 3 para 1. Torne-se apreciativo (de forma genuína). E verbalize.
3. Melhore todo dia sua capacidade de ouvir. Parta do pressuposto que você não sabe ouvir. Coloque-se no lugar do outro. Seja um “aprendedor” ao invés de um “conhecedor”.
Durante 30 dias, se disponha a fazer com que 50% de tudo que você fale, termine com um “ponto de interrogação”. Um “conhecedor” parte do pressuposto que ele tem as respostas. Um “aprendedor” admite que não tem, mesmo que tenha muita experiência.
4. Seja inclusivo, faça participar, ouça a opinião e, progressivamente, treine a capacidade dos colaboradores de discutir com mais inteligência (expor ideias com base em fatos, em experimentos, de se comunicar de forma madura).
Ex: “temos um problema. Nós cometemos esse erro… o que podemos fazer para não acontecer mais…”
5. Incentive a opinião contrária. Valorize discussões que te deixam desconfortável por colocarem o dedo na ferida. Pessoas com divergência de opiniões, mas compatibilidade de valores: esse é o segredo.
6. Crie continuamente um senso de missão. Mostre o caminho. Repita sempre a visão. Repita, repita e repita. Mostre como o trabalho da pessoa está construindo esse futuro (ex: “não são tijolos um em cima do outro, é uma universidade”).
7. Melhore todo dia um pouco sua capacidade de inspirar pessoas. Dedique energia a isso (isso importa!). Não deixe os pequenos problemas do dia-a-dia drenarem toda sua energia e atenção. Supere a irritação.
8. Trabalhe sempre num desafio (ao chegar numa área pergunte: qual é o desafio que estamos enfrentando?). Nenhuma área da empresa deve estar trabalhando sem um desafio. Além disso, ensine sempre a enorme importância de fugir da zona de conforto.
9. Comece com metas e condições alvos bem próximas (de preferência no nível do processo). Um desafio grande demais desmotiva. Um pequeno demais enfraquece. Melhore todo dia um pouco sua capacidade de criar desafios na medida certa.
10. Despersonalize o problema. Parta do pressuposto que o problema está no processo e não na pessoa. Quando as pessoas não se sentem acusadas, consequentemente, a inteligência delas fica livre para focar na solução do problema. Para mim, o erro é quase sempre da “empresa”.
Se depois de investigar o processo a fundo você encontrar uma falha humana, dê um feedback honesto, objetivo, mas sem corroer a autoconfiança de quem errou. Coloque-a em estado de alerta, explique a gravidade. Mas termine mostrando sua confiança de que ela não irá cometer de novo aquele erro.
11. Disciplina fortalece, por isso deixe claro os limites e não abra precedentes. Evite fazer favores ou pedir favores. (ex: “não use a impressora da empresa para algo pessoal. Se for preciso faltar, reponha o horário”.)
12. Estabeleça uma relação profissional. A intimidade com profissionalismo só é possível entre pessoas extremamente maduras. Claro que existem… a 4blue é um exemplo disso. Mas preste atenção a sinais de que há falta de maturidade com excesso de intimidade.
13. Não coloque pessoas na defensiva. Para realmente ouvir, entender e resolver problemas, pessoas devem estar receptivas. Não bata boca, nem deixe baterem.
14. Elogie e promova pessoas que são as primeiras a admitir a responsabilidade por uma falha (e dê o exemplo nisso). Sem dúvida, só tem poder de resolver um problema quem se apropria 100% dele.
15. Ideias e conhecimento podem mudar o mundo. Elas podem ter um profundo impacto nas pessoas e transformar para sempre sua vidas. Nada tem mais poder do que uma ideia cujo tempo chegou. Por isso, valorize e promova quem investe continuamente em estudo. Estas são as pessoas com mais ideias e mais conhecimento.
16. Não basta ensinar. É preciso ensinar a ensinar. Não basta liderar, é preciso garantir que novos líderes estão sempre sendo formados. Desta forma, você deve se comprometer com sustentabilidade da sua empresa.
17. Meta a mão na massa diariamente (de forma sagrada). Vá até o local de trabalho e observe. Todos os dias! Não gerencie a partir da tela de um computador. Veja os problemas reais enfrentado por pessoas reais. Vá e veja. Afinal, só quem executa um trabalho (claro… não precisa ser o dia inteiro), entende as reais dificuldades.
18. Aprenda a investigar os problemas nas suas causas raízes. Procure primeiro entender a fundo a situação antes de mover um dedo. Temos uma enorme tendência de partir para soluções cedo demais, sem realmente ter entendido os motivos do problema. Pergunte, pergunte, pergunte até se saciar com a resposta e ter aquele momento “eureka… agora entendi mesmo o que aconteceu”.
19. Permita que as pessoas errem! Só aprendemos na prática. Por isso, assuma (agora mesmo) que você é (provavelmente) um controlador-maníaco. Isso dificulta o processo de coaching e desenvolvimento de novas pessoas. (É claro, deixe que eles cometam erros que não irão prejudicar diretamente o cliente)… Crie ambientes controlados para testes para minimizar o impacto dos erros. Mas elogie quem arriscou e errou.
20. Sempre que possível, pare TUDO quando houver um problema um pouco mais sério. Pare tudo! Isto, se chama “andon”. Envolva toda a equipe (necessária) e investiguem juntos. Manter-se sempre em movimento impede você de enxergar com clareza. Aprenda a parar e direcionar todo seu FOCO para um problema de cada vez. Sei que é contra-intuitivo, mas: vá devagar para ir mais rápido.
21. Não faça listas de problemas e vá ticando porque isso dá uma falsa sensação de melhoria. Identifique o que realmente precisa mudar, o que realmente é prioritário. E depois que você mudar isso, tudo ao redor pode mudar. Listas de problemas ‘ticados' vão contra a sabedoria da experimentação de fator único e perdemos a compreensão das cadeias de causa e efeito.
22. Touch it once (toque apenas uma vez). Faça tudo como se fosse a última vez. Ou seja, faça de uma forma que da próxima vez não seja você! Por onde você passar, o que você fizer, você vai organizando, documentando, filmando, ensinando, de forma a existir um passo a passo absolutamente claro e cristalino para a próxima pessoa que passar por essa situação.
23. Parta do pressuposto que nosso cérebro não foi configurado para tomar boas decisões. Muito, muito cuidado com o viés de confirmação. Desconfie das suas decisões (sem se auto-recriminar), mas depois de muito pensar com cuidado, aja com determinação.
24. Assuma que você é precipitado (assuma mesmo) e, desta forma,se comprometa seriamente a mudar isto.
25. Decida lentamente, implemente com rapidez. Isso é uma técnica chamada “nemawashi” e com ela você:
- Envolve toda a equipe para investigar o problema
- Várias cabeças pensando preveem falhas na decisão. A tendência de acerto é maior.
- Várias cabeças pensando e discutindo livremente diminuem o poder do viés de confirmação
- Quando a solução for implementada, ela será muito mais aceita (pois houve co-criação)
26. Tome decisões sempre pensando em como padronizar. Ou seja, em como beneficiar todas as futuras pessoas que executarão aquela ação com uma forma mais eficiente de trabalhar.
27. Tome decisões sempre fugindo do retrabalho. Se pode dar problema, dará. Lembre da Lei de Murphy e evite retrabalhos no futuro. Qual a maneira mais segura, mais definitiva, mais estável, mais resistente, mais duradoura de fazer isso agora? E também: mais a prova de erro?
UFA! Muita coisa, não é? Mas não se sinta incapaz por estar de frente de tantos desafios. Coloque como prioridade ir melhorando um pouco por dia, que logo você conseguirá aplicar tudo isso na rotina da sua empresa!
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