A resposta curta seria: porque o japonês entende e vive o “kata”. E você faz o oposto na sua empresa. Você é afobado.

Quando você entende a cultura do “kata”, você entende que processos geram economia. E economia gera riqueza.

Mas calma lá. Nós pulamos para a conclusão. Agora que eu já tenho a sua atenção, vamos começar do início.

Entendendo a cultura japonesa

Para a gente entender o “kata”, é melhor a gente falar primeiro de uma arte do vizinho grande do Japão: da China.

Poucas pessoas sabem, mas o tai chi chuan na sua forma avançada é uma arte marcial.

A ideia é: se você domina o movimento lento com todos os seus detalhes, se você faz ele de forma impecável, ao acelerar você mantém a perfeição.

O lento prepara você para o rápido e o preciso.

Você sabe aquele velho ditado “a pressa é inimiga da perfeição”?

Pois é... a pressa pode até ser, mas a rapidez não é inimiga da perfeição. É possível fazer perfeito, impecável, e muito rapidamente contanto que antes você treine, repita, repita e repita.

Isso que é a essência do “kata”. E este é um dos principais pilares da cultura japonesa.

Quem já fez karatê sabe que o kata é aquela sequência de chutes, socos e desvios que o estudante tem que decorar e treinar até a perfeição.

Para nós, leigos, parece uma chatice. Para os praticantes é um exercício de atenção e coordenação fantásticos.

Toda a cultura japonesa gira ao redor do kata: a ação treinada, o comportamento pré-estabelecido (até por isso que etiqueta é algo tão fundamental para o japonês).

Por isso, para eles o conceito de “processos” (o seguir instruções nas atividades rotineiras da empresa) é algo tão natural. Um povo que ama perfeição ama repetição.

Um case muito interessante

Certa vez um desses grandes estúdios de cinema americanos foi filmar no Japão.

Por uma questão de economia de custos eles levaram os atores, mas terceirizaram boa parte da produção contratando firmas japonesas.

Na hora de montar o set de filmagem, os atores americanos ficaram de queixo caído com a velocidade dos japoneses para montar todo o enorme conjunto de materiais (as luzes, fiação, tripés e etc.).

Eles nunca tinham visto uma equipe tão ágil.

Cada um sabia exatamente o que fazer. Eles se movimentavam coordenadamente como um só organismo. Um complementando o outro.

Rápidos, eficientes, e melhor: sem cometer nenhum erro.

Eles montaram um set enorme três vezes mais rápido que as produtoras americanas. Cada um deles tinha seu check list mental e seguia ele à risca.

A diferença da cultura brasileira

E é isso que eu vejo que é um dos grandes problemas dos pequenos empresários brasileiros.

Primeiro: eles não entendem que processo (que sistematização) é fundamental.

E segundo, se entendem, eles acham que a lentidão de um colaborador que está aprendendo a seguir um check list é desperdício de tempo.

Sim: um funcionário lento é a pior coisa do mundo para a sua empresa.

Porém, não se ele está aprendendo um kata. Não se ele está sendo treinado para seguir um check list complexo de fechamento de caixa que tem milhares de detalhes.

Um funcionário aprendendo um kata atingirá velocidade máxima sem comprometer excelência. Obviamente: se for a pessoa certa para o cargo.

Quando você entende a cultura do “kata”, você entende que processos geram economia (porque triplicam sua produtividade). E essa economia de tempo (e de pessoas) gera riqueza.

Ao sistematizar, você faz mais e melhor com menos. E enriquece.

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