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Empresários que matam e que morrem

No outro post desta série falei sobre empresários que, sem querer, matam sua própria empresa. Se você não leu, confira aqui.

Agora, vou falar do outro lado da moeda: empresários que morrem pela empresa.

Como vimos, o primeiro tipo são donos que matam o negócio e é formado por pessoas que retiram pró-labores excessivamente altos, seja por falta de noção ou na maioria das vezes por misturar dinheiro pessoal com dinheiro da empresa.

Neste segundo tipo de empreendedor, o problema é justamente o contrário. O empresário recebe um salário de fome de sua própria empresa.

Na visão do negócio, este último é bem melhor, pois está mantendo a empresa saudável, mas mesmo assim não é sustentável a longo prazo.

Vou explicar melhor com dois exemplos.

“Sandy, a empresária que tinha medo de arriscar”

Sandy era sócia numa empresa que tinha mais de 17 anos de história. Seu salário era perto de 2 mil reais.

Olhando isoladamente, não é um salário ruim. Mas quando você para e pensa que ela tem graduação e pós graduação na área de arquitetura e que sua empresa existe há mais de 17 anos, então esse salário já não parece tão alto assim.

Obviamente ela não era satisfeita com seu salário, mas como tinha medo de expandir a empresa (contratar um funcionário para ajudar em tarefas administrativas, investir em ações de marketing e vendas, etc. etc.) a empresa ficava crescendo pifiamente e ano após ano ela continuava recebendo um salário pra lá de mais ou menos.

“Júnior, o empresário com salário de estagiário”

Neste caso o dono da empresa é um programador de sistemas. A empresa é relativamente nova, com menos de 5 anos de idade – observe que não é tão nova assim.

Junior, como dono da empresa, recebe, literalmente, o mesmo salário que ele recebia quando era estagiário na faculdade, anos atrás.

Os três funcionários da empresa recebiam um salário maior que o dele. E o pior: se ele quisesse aumentar o próprio pró-labore, a empresa com certeza ia entrar no negativo.

Ou seja, de fato ele estava se sacrificando pelo bem da empresa.

Morrer ou não morrer… eis a questão!

Como eu falei: do ponto de vista da empresa, dane-se o sócio, pois o importante é as finanças da empresa. Enquanto o Fluxo de Caixa apontar lucro, ótimo!

Mas o grande ponto é: empreender não é só fazer o que ama, mas fazer o que ama e ganhar bastante dinheiro no processo!

No início da empresa, de fato, todo empreendedor recebe um salário ridículo – quando recebe. Mas ao passar dos anos o empresário precisa passar a receber um pró-labore justo.

Eu fico puto quando vejo um cliente com uma empresa de 10 ou 15 anos ganhando um salário menor que o meu, que tenho uma empresa de 5 anos!

Se a empresa não pode te pagar um salário justo, alguma coisa está errada!

Até quando você vai investir num negócio que obviamente não está lhe valendo a pena financeiramente?

Alguns anos atrás eu e o Aleks chegamos a “apostar” que se a empresa não passasse a nos pagar um salário justo nós iríamos desistir do negócio, pois ele se mostraria inviável.

Como avaliar isso?

Para avaliar se você está morrendo pela empresa, basta fazer duas perguntas simples:

1 – Se no próximo mês eu passar a receber um salário justo (sem abusar), a empresa vai ter condições de pagar e, ainda assim, se manter lucrativa?

2 – Se não, eu vejo num curto prazo que a empresa teria condições de me pagar tal salário justo sem se prejudicar financeiramente?

Se ambas as respostas forem não, então algo está errado.

Empreender é uma das raras oportunidades que temos de fazer aquilo que amamos de verdade e, ainda assim, ganhar muito dinheiro no processo!

Pare de morrer pela sua empresa e faça-a ganhar dinheiro de verdade!

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